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domingo, 30 de agosto de 2015

Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla



Leslie Aloan, Presidente do INASE

A Esclerose Múltipla é uma das doenças neurológicas mais comuns em adultos jovens, com incidência entre 15 a 50 anos de idade. Foi descrita inicialmente em 1868 pelo neurologista francês Jean Charcot, que a chamou de Esclerose em Placas. É uma doença crônica que contribui para uma deficiência neurológica e, a longo prazo, para a invalidez.

Nesta enfermidade, surgem placas inflamatórias que destroem a camada que recobre e isola as fibras nervosas (camada de mielina) do Sistema Nervoso Central. A Esclerose Múltipla não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como por exemplo: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.

Os sintomas da Esclerose Múltipla são diversos e variam entre cada paciente. Isso porque o sintoma depende do local em que a inflamação neuronal ocorre. Por exemplo, se a inflamação atingir o nervo ótico, o sintoma será de padrão visual, ou seja, baixa visual, turvação visual ou até perda completa da visão.

Os sintomas mais comuns são:
Alterações sensitivas: em 40% dos casos elas representam o primeiro sintoma da doença. Podem aparecer em forma de dormência em lugares do corpo, distúrbios de sensibilidade – como queimação ou choque. O paciente com Esclerose Múltipla também pode apresentar dificuldade para engolir ou falar, apresentar paralisia parcial da face ou mesmo ter disfunção erétil.

Alterações visuais: a perda de visão por determinado período de tempo acomete ao menos 13% dos pacientes. Há também a possibilidade de diplopia, popularmente conhecida como visão dupla ou mesmo visão turva. O paciente também pode apresentar motilidade ocular, com desalinhamento dos olhos, e até movimentos involuntários.

Síndrome labiríntica: tonturas e vertigens também são comuns em pacientes com Esclerose Múltipla. Nesse caso, a labirintite e as vertigens não são desencadeadas pelo labirinto, que é uma estrutura do ouvido, mas pela inflamação no cérebro causada pela doença.

Fraqueza e fadiga: Fadiga é uma reclamação de 80% dos pacientes com esclerose múltipla, que pode interferir de forma significativa nas habilidades funcionais em casa e no trabalho. Em geral, os pacientes se sentem cansados e fadigados, muito além do habitual.

O diagnóstico é feito através da história clínica detalhada, associada ao exame clínico e neurológico completos e confirmados por três exames laboratoriais complementares: Ressonância Magnética, Punção Lombar e Potencial Evocado.

A ABEM estima que atualmente 35 mil brasileiros tenham Esclerose Múltipla.

No dia 30 de agosto comemora-se o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Celebrada pela primeira vez em 2006, a data foi fruto de muito trabalho da ABEM e visava buscar algo de representatividade nacional que aumentasse a visibilidade da Esclerose Múltipla, seus pacientes e os desafios por eles enfrentados no dia a dia.

Esta data foi escolhida em homenagem a fundadora da ABEM, Ana Maria Levy, que nasceu em 30 de agosto. E graças a Ana Maria, já são mais de 30 anos que a ABEM vem prestando serviços à população e seguida por outras muitas associadas em todo o Brasil.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dia Nacional de Combate ao Tabagismo



Leslie Aloan, Presidente do INASE

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que um terço da população mundial seja tabagista. 

Estudos estatísticos demonstram que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam um risco 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão; 5 vezes maior de sofrer infarto; 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar e 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral.

Em nosso meio, o câncer de pulmão é o tipo de tumor mais letal e também uma das principais causas de morte no país. Ao final do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitável. O consumo de tabaco é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão.

O tabaco representa um costume que mais contribui para o desenvolvimento de doenças não contagiosas como ataques cardíacos, derrames, câncer e enfisema. O grupo é responsável por 63% de todas as mortes no mundo. Outras doenças relacionadas ao tabagismo são: hipertensão arterial, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, trombose vascular, osteoporose, Catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez.

No Brasil em dias atuais o tratamento do tabagismo tem como referência o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo regulado por Portarias do Ministério da Saúde (Portaria nº 1.035/2004 e Portaria nº 442/2004) que ampliam o acesso da abordagem nos 3 níveis de atenção à saúde (básica, média e alta complexidade).

No dia 29 de agosto é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data instituída em 1986 pela lei nº 7488, que foi criada com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro.

Somente na fumaça desse produto, por exemplo, encontramos mais de 4.700 substâncias tóxicas, algumas inclusive cancerígenas. O alcatrão e a nicotina são exemplos dessas substâncias maléficas ao organismo. Essa última substância age como estimulante do sistema nervoso central, eleva a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, diminui o apetite e desencadeia náusea e vômito. Já o alcatrão, que é formado por várias substâncias, está ligado a doenças cardiovasculares, câncer, entre outras.

Vale destacar que, após o uso do cigarro ser interrompido, o corpo pode recuperar-se dos danos causados pelo fumo, portanto, os prejuízos podem ser remediados. Acredita-se que após um ano sem fumar, os riscos já comecem a decrescer. Em relação aos riscos de infarto e câncer, estima-se que após 10 anos os indivíduos passem a ter os mesmos riscos de desenvolver essas doenças que uma pessoa que nunca fumou.

Diante dos riscos do tabagismo para as pessoas que fazem uso desses produtos e para quem os rodeia, foi estabelecida a Lei Antifumo (lei nº 12.546/11), que determina a proibição do ato de fumar em ambientes coletivos, públicos ou privados, como restaurantes, clubes e halls de entrada em condomínio. A determinação afeta até mesmo locais parcialmente fechados com divisória e extingue a existência dos “fumódromos” e propagandas de cigarro. Em caso de descumprimento dessa lei, os estabelecimentos são multados.

 Fonte: www.inca.gov.br

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dr. Leslie Aloan é eleito presidente da Academia Brasileira de Médicos Escritores

O médico cardiologista Leslie Aloan foi eleito presidente da Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames). Dr. Aloan foi escolhido por unanimidade pelos membros para ocupar o cargo no próximo biênio (2016/2017).
Doutor em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro titular da Abrames desde 2012, Leslie Aloan considera uma honra presidir a academia.
“É muito gratificante ser eleito presidente de um grupo tão importante quanto a Abrames. Durante o meu mandato, pretendo ouvir a opinião de todos os membros, aceitando conselhos e sugestões para que a academia possa crescer cada vez mais”, destaca.
O novo presidente pretende estreitar relações com outras academias literárias. Segundo Dr. Aloan, existem diversas associações espalhadas pelo país que reúnem brilhantes escritores. “Seria muito bom se pudéssemos promover encontros e eventos em parceria com outras academias. Acredito que todos teriam a ganhar com a troca de experiências”, afirma Dr. Aloan.
O cardiologista é autor de livros de medicina e também na área de prosa e poesia. O mais recente, O Primeiro Sexo do Mundo, explora assuntos variados através de 30 divertidas crônicas.
Presidente do Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase), Dr. Aloan conta que não terá dificuldades em conciliar as atividades da Organização Social e da Abrames. “São duas instituições reconhecidas e respeitadas. Vou continuar dando o meu melhor em cada uma delas”, finaliza.
A cerimônia de posse na presidência da Academia Brasileira de Médicos Escritores será no dia 20 de novembro.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Dia do Cardiologista


Leslie Aloan, Presidente do INASE

Comemorado em 14 de agosto, o Dia do Cardiologista surgiu em 2007. A data foi escolhida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. No Brasil, foi Carlos Chagas e outros médicos que diagnosticaram a cardiopatia chagásica, realizaram os primeiros estudos sobre doenças no coração e trouxeram o primeiro eletrocardiógrafo para o Brasil. 

A Cardiologia é uma das áreas da medicina mais conhecidas pela sociedade e também uma das mais divulgadas nos meios de comunicação. 

A Cardiologia hoje oferece três tipos de tratamento: o clínico, a cirurgia cardíaca e a cardiologia intervencionista. 

Fica a nossa homenagem a todos os cardiologistas, No entanto, como especialista em cardiologia intervencionista, apresento uma rápida história deste ramo da Cardiologia, apresentado no Congresso da Academia Brasileira de História da Medicina, em 2009, na Academia Nacional de Medicina.

Uma rápida história da Cardiologia Intervencionista

Em 2005, por ocasião das comemorações dos 50 anos da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ), o autor foi convidado a escrever o Editorial comemorativo “Considerações Históricas sobre a Cardiologia no Estado do Rio de Janeiro. Historical Considerations on Cardiology in Rio de Janeiro State”, onde apresentou os principais marcos da evolução da especialidade.


 Evolução da Medicina.   Grandes Marcos da Cardiologia

10 de julho de 1893: Daniel Hale Williams, operou com sucesso no Hospital Provident de Chicago um paciente de 24 anos esfaqueado no coração. 
1905: Fritz Bleichroeder, introduz cateteres em suas próprias veias até perto do coração
1929: Werner Forssmann atinge a AD com estes cateteres e tem o crédito do primeiro cateterismo cardíaco no mundo.
1959: Mason Sones inicia a coronariografia, em Cleveland.
1967: André Favaloro realiza a primeira revascularização miocárdica, em Cleveland.
16 de setembro de 1977: Andreas Gruntzig realiza a primeira angioplastia no Mundo

No Mundo, em 1844, Claude Bernard cateterizou o ventrículo esquerdo e direito de cavalos, via retrógrada, utilizando a via jugular e carótida.

Foi o primeiro a realizar o cateterismo e a estabelecer a fisiologia cardíaca como é definida hoje.
Em 1905, Freis Bleichroeder começa a história da investigação invasiva em cardiologia, quando introduziu sondas em suas próprias veias, e por isso merece o crédito de pioneiro, embora este seja atribuído ao jovem estudante de Medicina Werner Forssmann, de 25 anos, que em 1929 em Eberswalde, Alemanha, repetiu este feito, e o  registrou por radiografias de tórax a sonda atingindo a aurícula direita.  Este autor recebeu o Premio Nobel de Medicina em 1956.


Werner Forssmann

Nos anos 40, André F. Cournand  e  Dickinson Richards desenvolvem o cateterismo direito, aplicando-o rotineiramente. Em 1956, Cournand compartilha o Prêmio Nobel com Werner Forssmann.


André F. Cournand  e Dickinson Richards

Em 1959, Mason Sones inicia a coronariografia seletiva na Cleaveland Clinic e em 16 de setembro de 1977 em Zurich, Gruntzig realiza a primeira angioplastia no mundo, inaugurando a era da Cardiologia Intervencionista.

Primeira angioplastia no mundo

Em junho de 1979 foi realizada uma reunião histórica no NIHBL, Bethesda, com 34 Centros USA/Europa, com 631 casos apenas realizados no Mundo, e criado o Registro de PTCA do NIHBL, publicado no Proceedings on PTCA, March 1980. Este Registro monitorou a técnica oferecendo diretrizes. Avançam as intervenções percutâneas coronarianas, com Costantino Costantini, Curitiba, realizando o primeiro caso no Brasil, em 1979.

A angioplastia com implante de stents metálicos segue-se então:

1986: Primeiro stent implantado no Mundo (Sigwart, Wallstent).
1987: Primeiro stent no país ( Eduardo de Souza, PalmazShatz).
            Angioplastia com implante de stents farmacológicos:
2001: Estudo FIM (Eduardo de Souza, SP).
 
As valvoplastias por procedimentos percutâneos desenvolveram-se sobremodo nos anos 80, com valvoplastia mitral e pulmonar, para as estenoses destas valvas. O Implante de valvas percutâneamente iniciou-se em 2002 com Alain Cribier  implantando  a valva Cribier-Edwards (Edwards Lifesciences Corporation, Irvine, Califórnia)  e em julho de 2006, Grube  empregou pela primeira vez em um ser humano  uma prótese valvar aórtica auto-expansível ( CoreValve ) inserida via arterial retrógrada. 

No Brasil, apenas no início dos anos 30 a Cardiologia começa a surgir como área de interesse em nosso país.  As publicações são eventuais. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), foi criada apenas em 1943, em São Paulo, iniciando a Cardiologia como especialidade no Brasil, com médicos fundadores ilustres como Edgard Magalhães Gomes, Alcir de Belo Campos, Pimenta Bueno, Waldemar Deccache, Luiz Feijó, Emiliano Gomes, Genival Londres, Vieira Romero e Dante Pazzanese.  As publicações regulares somente ocorrem a partir de criação dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, em 1948. A Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro é fundada em 1955. Em 1945, Horácio K. Melo publica na Revista Médica Paulista um artigo intitulado “Angiocardiografia”. Computa-se a ele o primeiro artigo da especialidade no país.

Eduardo de Souza realiza a primeira coronariografia no país em 1966, no Instituto Dante Pazzanese. Em 2 de dezembro de 1976, em Guarujá (SP) é criado o Departamento de Hemodinâmica e Angiocardiografia da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Em 1980, Leslie Aloan et al. publicam o primeiro livro na especialidade em português - “Hemodinâmica e Angiocardiografia: Obtenção de Dados, Interpretações e Aplicações Clínicas”.

Em 1993, em Belo Horizonte, por ocasião do XLIX Congresso da SBC, este Departamento transforma- se na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). 

Em 1996, Leslie Aloan, cria a Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ) Dos 35 membros efetivos à época, a SOHCIERJ congrega hoje mais de 160 membros, e perto de1000 congressistas participaram do último evento em 2011.