Leslie Aloan, Presidente do INASE
A Esclerose Múltipla é
uma das doenças neurológicas mais comuns em adultos jovens, com incidência
entre 15 a 50 anos de idade. Foi descrita inicialmente em 1868 pelo
neurologista francês Jean Charcot, que a chamou de Esclerose em Placas. É uma
doença crônica que contribui para uma deficiência neurológica e, a longo prazo,
para a invalidez.
Nesta enfermidade, surgem
placas inflamatórias que destroem a camada que recobre e isola as fibras
nervosas (camada de mielina) do Sistema Nervoso Central. A Esclerose Múltipla
não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como por exemplo:
fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da
coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.
Os sintomas da Esclerose
Múltipla são diversos e variam entre cada paciente. Isso porque o sintoma
depende do local em que a inflamação neuronal ocorre. Por exemplo, se a
inflamação atingir o nervo ótico, o sintoma será de padrão visual, ou seja,
baixa visual, turvação visual ou até perda completa da visão.
Os sintomas mais comuns são:
Alterações sensitivas: em
40% dos casos elas representam o primeiro sintoma da doença. Podem aparecer em
forma de dormência em lugares do corpo, distúrbios de sensibilidade – como
queimação ou choque. O paciente com Esclerose Múltipla também pode apresentar
dificuldade para engolir ou falar, apresentar paralisia parcial da face ou
mesmo ter disfunção erétil.
Alterações visuais: a
perda de visão por determinado período de tempo acomete ao menos 13% dos
pacientes. Há também a possibilidade de diplopia, popularmente conhecida como
visão dupla ou mesmo visão turva. O paciente também pode apresentar motilidade
ocular, com desalinhamento dos olhos, e até movimentos involuntários.
Síndrome labiríntica: tonturas
e vertigens também são comuns em pacientes com Esclerose Múltipla. Nesse caso,
a labirintite e as vertigens não são desencadeadas pelo labirinto, que é uma
estrutura do ouvido, mas pela inflamação no cérebro causada pela doença.
Fraqueza e fadiga: Fadiga
é uma reclamação de 80% dos pacientes com esclerose múltipla, que pode
interferir de forma significativa nas habilidades funcionais em casa e no
trabalho. Em geral, os pacientes se sentem cansados e fadigados, muito além do
habitual.
O diagnóstico é feito
através da história clínica detalhada, associada ao exame clínico e neurológico
completos e confirmados por três exames laboratoriais complementares:
Ressonância Magnética, Punção Lombar e Potencial Evocado.
A ABEM estima que
atualmente 35 mil brasileiros tenham Esclerose Múltipla.
No dia 30 de agosto
comemora-se o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla.
Celebrada pela primeira vez em 2006, a data foi fruto de muito trabalho da ABEM
e visava buscar algo de representatividade nacional que aumentasse a
visibilidade da Esclerose Múltipla, seus pacientes e os desafios por eles
enfrentados no dia a dia.
Esta data foi escolhida
em homenagem a fundadora da ABEM, Ana Maria Levy, que nasceu em 30 de agosto. E
graças a Ana Maria, já são mais de 30 anos que a ABEM vem prestando serviços à
população e seguida por outras muitas associadas em todo o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário