Páginas

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

ANS estabelece prazos máximos de espera para atendimentos dos planos de saúde

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Consumidor terá direito a reembolso nos casos de descumprimento destes prazos
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) publicou neste ano de 2014 a Resolução Normativa Nº 259 que estipula prazos máximos para que a operadora de plano de saúde agende os atendimentos para seus usuários.

Além de reduzir o tempo de espera, a resolução também garante que, na ausência de prestadores credenciados no município onde reside ou nos municípios vizinhos, os beneficiários tenham acesso aos serviços e procedimentos em prestadores não credenciados em sua cidade, ou ainda a operadora deverá arcar com o transporte do beneficiário até onde exista um prestador credenciado (e seu acompanhante nos casos de beneficiários menores de 18 anos, maiores de 60 anos, pessoas portadoras de deficiências e com necessidades especiais).

Estas resoluções entraram em vigor em setembro passado. Assim, o período de espera do consumidor ficou da seguinte forma:
Consulta básica - pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, cardiologia e ortopedia e traumatologia - 7 dias úteis
Consulta nas demais especialidades médicas -10 dias úteis
 Consulta de fonoaudiologia, nutrição, psicologia - 10 dias úteis
 Sessão de terapia ocupacional e fisioterapia - 10 dias úteis
 Serviços de diagnóstico por laboratório clínico e radiografias - 3 dias úteis
 Serviços de diagnóstico por imagem, exceto radiografias - 10 dias úteis
 Procedimentos de alta complexidade (PAC) - 21 dias úteis
 Internações eletivas - 21 dias úteis
 Consulta de odontologia - 7 dias úteis
 Urgência e emergência – Imediato

Caso o beneficiário seja obrigado a arcar com os custos do atendimento em prestador não credenciado, a operadora deverá reembolsá-lo em até 30 dias úteis. Por sugestão do Idec, a resolução obriga o reembolso inclusive dos gastos com transporte.


Fonte: IDEC


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Aperfeiçoar rede de saúde

O SUS tem função social que precisa ser priorizada.
É essencial humanizar o atendimento, com bons modelos.

Leslie Aloan, Presidente do INASE


(TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL O DIA, 12/12/2014)

O governo investe milhões no SUS. Com a gestão da saúde descentralizada, a rede pública conta, ainda, com investimentos de estados e municípios para a gestão de bens e serviços. É evidente que não alcançamos o patamar ideal, precisamos continuar avançando na assistência e na capacitação dos profissionais, em busca da eficiência administrativa e da excelência no atendimento. Afinal, são 200 milhões de brasileiros que recorrem ao SUS — 75% dependem exclusivamente da rede pública.
Normalmente é na questão financeira que se concentram os estudos relacionados à qualidade da saúde pública no país, equivocadamente. A complexidade do sistema exige que a preocupação ultrapasse a disponibilidade de verbas e se volte para a necessidade de gestão eficaz, capaz de extinguir o desperdício e, com mais rigor, desvios de verbas.

Assim como qualquer outra organização, uma unidade de saúde necessita de plano de gestão sólido, que exige planejamento, estudos, pesquisas e a composição de quadro técnico experiente. Significa que gestores precisam estar atentos ao dia a dia, mas qualificados para estruturar as melhorias a médio e longo prazos, investindo nos pontos críticos, com responsabilidade.

Os profissionais têm que estar motivados por planos de cargos e salários, além de benefícios por meritocracia. É preciso capacitar, estimular o uso de tecnologias, modernizar o atendimento, acompanhando os avanços da medicina.

Diferentemente de outras organizações, o SUS tem função social que precisa ser priorizada. É essencial humanizar o atendimento, observando bons modelos dentro e fora do Brasil, para que os cidadãos sejam tratados com a dignidade que lhes é direito. Para fazer o serviço de saúde evoluir sem a injeção de verbas mais significativas é necessário gestão eficiente. Transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos, valorização das pessoas em conjunto com fiscalização rígida dos órgãos competentes. 


O Brasil possui instituições sérias, capazes de estruturar e administrar unidades públicas de saúde. Organizações que podem auxiliar o poder público visando sempre ao aperfeiçoamento e desenvolvimento contínuo de serviços essenciais para o bem-estar de todos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Princípios e Diretrizes do SUS

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Marcos Nery, Técnico em Assuntos Educacionais da Universidade Federal de Alfenas, nos apresenta uma visão bastante ampla e clara sobre o Sistema Único de Saúde, que divulgamos aqui.
Nas diretrizes políticas, consolidadas pela nova Constituição no cenário nacional, estão os fundamentos de uma radical transformação do sistema de saúde brasileiro. O que levou os constituintes a proporem essa transformação foi o consenso, na sociedade, quanto à total inadequação do sistema de saúde vigente à época. Assim, a transformação foi caracterizada pelos seguintes aspectos:

• um quadro de doenças de todos os tipos condicionados pelo tipo de desenvolvimento social e econômico do país e que o velho sistema de saúde não conseguia enfrentar com decisão;
• excessiva centralização implicando por vezes a impropriedade das decisões pela distância de Brasília dos locais onde ocorrem os problemas;
• falta de definição clara das competências dos vários órgãos e instâncias político-administrativas do sistema, acarretando fragmentação do processo decisório e descompromisso com as ações e falta de responsabilidade com os resultados;
• baixa qualidade dos serviços oferecidos em termos de equipamentos e serviços profissionais;
• desempenho desordenado dos órgãos públicos e privados conveniados e contratados, acarretando conflito entre os setores público e privado, superposição de ações, desperdícios de recursos e mau atendimento à população;
• ausência de critérios e de transparência dos gastos públicos, bem como de participação da população na formulação e gestão das políticas de saúde; entre outros.

A partir desse diagnóstico, a Constituição de 1988 estabeleceu pela primeira vez de forma relevante uma seção sobre a saúde que trata de três aspectos principais.

• Em primeiro lugar incorpora o conceito mais abrangente de que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes o meio físico, o meio socioeconômico e cultura, os fatores biológicos e a oportunidade de acesso aos serviços que visem a promoção, proteção e recuperação da saúde.
• Em segundo lugar, a Constituição também legitima o direito de todos sem qualquer discriminação às ações de saúde em todos os níveis, assim como explicita que o dever de prover o pleno gozo desse direito é responsabilidade do Governo, isto é, do poder público.
• Por último, a Constituição estabelece o SUS, de caráter público, formado por uma rede de serviços regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com direção única em cada esfera de governo, e sob o controle dos seus usuários.

As Doutrinas do SUS

Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos seguintes princípios doutrinários:

Universalidade: É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público, Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: municipal, estadual e federal.

Equidade: É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público. Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades, até o limite do que o Sistema pode oferecer.

Integralidade: Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas. As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam também um todo indivisível configurando um sistema capaz de prestar assistência integral. Enfim: "O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde".

Os princípios que regem a organização do SUS são:

A Regionalização: A população deve estar vinculada a uma rede de serviços hierarquizados, organizados por região, com área geográfica definida. É um processo de articulação entre os serviços existentes, com comando unificado. A oferta de serviços deve ser planejada de acordo com os critérios epidemiológicos.

A Hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente. Além de dividir os serviços em níveis de atenção, deve incorporar os fluxos de encaminhamento (referência) e de retornos de informações ao nível básico do serviço (contra referência).

A Resolubilidade: É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência.

A Descentralização: É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Assim, o que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange um estado ou uma região estadual deve estar sob a responsabilidade do governo estadual; e o que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal.

A Participação dos cidadãos: É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma de participação são as conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde.


A Complementariedade do setor privado:
A Constituição definiu que, quando por insuficiência do setor público for necessária a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público prevalecendo sobre o particular.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A História do Natal

Leslie Aloan, Presidente do INASE

   O Dia de Natal é um feriado religioso cristão comemorado no dia 25 de Dezembro. Nos países eslavos e ortodoxos o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro, visto que os seus calendários eram baseados no calendário juliano, originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno , e adaptado pela Igreja Católica no terceiro século d.C. para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.
 
   Embora tradicionalmente seja um dia santificado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos, sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares. Costumes populares modernos típicos do feriado incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas natalinas, festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações diferentes.  Além disso, o Papai Noel é uma figura mitológica popular em muitos países, associada com os presentes para crianças.

   Os primeiros indícios da comemoração de uma festa cristã litúrgica do nascimento de Jesus em 25 de dezembro são a partir do Cronógrafo de 354. O Cronógrafo de 354 (Chronographus Anni CCCLIV) é um calendário ilustrado do ano 354, acompanhado de outros textos e ilustrações, obra do calígrafo Fúrio Dionísio Filócalo.

    Essa comemoração começou em Roma, enquanto no cristianismo oriental o nascimento de Jesus já era celebrado em conexão com a Epifania, em 6 de janeiro. Epifania significa aparição, manifestação e vem do grego “epiphanéia.” No sentido religioso, no calendário litúrgico da Igreja Católica, significa uma manifestação divina, por exemplo, quando houve a apresentação de Jesus Cristo ao mundo, através da chegada dos Reis Magos trazendo seus presentes.

    No ano 350, o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional.

  Muitos costumes populares associados ao Natal desenvolveram-se de forma independente da comemoração do nascimento de Jesus, com certos elementos de origens em festivais pré-cristãos que eram celebradas em torno do solstício de inverno pelas populações pagãs que foram mais tarde convertidas ao cristianismo. Estes elementos, incluindo o madeiro, do festival Yule, e a troca presentes, da Saturnália, incorporaram-se ao Natal ao longo dos séculos. A atmosfera prevalecente do Natal também tem evoluído continuamente desde o início do feriado, o que foi desde um estado carnavalesco na Idade Média a um feriado orientado para a família e centrado nas crianças, introduzido na Reforma do século XIX. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Uma Homenagem a Adib Jatene

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Como cardiologista contemporâneo do grande mestre Adib Jatene, vai aqui uma homenagem do INASE àquele que foi para a Cardiologia brasileira um marco e uma referência.  Adib Jatene foi um dos maiores nomes do movimento sanitário brasileiro e um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no Brasil. Jatene foi secretário de Saúde do estado de São Paulo e duas vezes ministro da Saúde, nos períodos de 1992 e 1995-1996. Como ministro da Saúde, deu seguimento ao projeto dos medicamentos genéricos e do programa de combate à AIDS, com o fornecimento do coquetel de remédios gratuitos. Mostrou preocupação permanente em disciplinar e sanear o Sistema Único de Saúde (SUS) e em elaborar o projeto de lei regulamentando a atuação das administradoras de planos de saúde.

Nascido em Xapuri, Acre, Adib Domingos Jatene graduou-se em Medicina em 1953, aos 23 anos, pela Universidade de São Paulo (USP), e cursou pós-graduação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Jatene afirmava que seu projeto, enquanto ministro, era voltado para a prevenção, imunização, saneamento básico e educação sanitária.

Dentre suas inúmeras contribuições à saúde pública, destaca-se a sua participação na criação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), presidido por ele nos anos de 1982 e 1983, e a implementação do trabalho dos agentes comunitários de saúde.

 “A marca do SUS é a prevenção. O programa Saúde da Família é o que existe de mais moderno em prevenção, porque nós fizemos o Programa Saúde da Família baseado no Agente Comunitário. Hoje em dia muita gente pensa que é no médico, não no médico, que mora onde moram mais ou menos 200 famílias. Ele cadastra essas famílias e vê quem tem doenças crônicas, diabetes, tuberculose, hipertensão, as grávidas, a caderneta de vacinação das crianças. Esse é o programa que estruturaria o atendimento básico. Claro que entre 5 a 6 agentes comunitários precisa se colocar uma equipe multidisciplinar (…). Esse é o primeiro problema que está caminhando, nós já temos metade da população brasileira coberta com o programa. Tem problemas porque muitas vezes o programa foi politizado, muitas vezes nos pequenos municípios do interior. Tem dificuldades, mas dá para arrumar...”.


Esse era tipicamente o grande médico e gestor, que na sua tranquilidade geria os sérios problemas da saúde do país, e que no último dia 14 nos deixou. A ele nosso respeito e admiração. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Dia 25 de novembro é o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. A data foi instituída no Brasil em 30 de junho de 1964, pelo decreto 53.988 promulgado pelo Presidente Castello Branco. Já o dia mundial é comemorado em 14 de junho.
Alguns dados sobre este ato de amor ao próximo devem ser esclarecidos:

1.       Em cada doação, são coletados aproximadamente 450 ml de sangue.
2.       Na doação de sangue se retira menos do que 10% do volume sanguíneo total de um adulto. Por esse motivo, só é permitida a doação por pessoas acima de 50 kg.
3.       O plasma é reposto em algumas horas, as plaquetas se restabelecem em alguns dias, e as hemácias demoram alguns meses. Por esse motivo, a doação de sangue só deve ser realizada a cada 90 dias para os homens e 120 dias para as mulheres.
4.       Devido à reposição dos estoques de ferro, nas mulheres é mais demorada em virtude das perdas durante os ciclos menstruais. Os homens podem doar sangue a cada 03 meses e as mulheres a cada 04 meses.
5.       O procedimento denominado aférese é uma doação seletiva, onde um pequeno volume de plasma e prioritariamente as plaquetas são retiradas do doador através de uma máquina (separador celular). Esse procedimento pode ser realizado com intervalos de 48h. Não há prejuízo na doação de plaquetas sistemática, sendo possível ser realizado 2 vezes por semana, 4 vezes ao mês e até 24 vezes ao ano, isso devido a perda plasmática durante a doação.
6.        Se você doar sangue uma vez, não é obrigado a doar de novo.
7.       Não é necessário estar em jejum para doar sangue. É importante que o doador se alimente normalmente, evitando ingerir alimentos gordurosos no dia da doação. Após o almoço, é necessário esperar cerca de uma hora e meia para efetuar a doação de sangue.
8.       Não há risco de contaminação na doação de sangue, já que todo o material utilizado é estéril, de uso único e descartável.
9.        A mulher pode doar sangue durante o período menstrual.

10.   São realizados no processo da doação alguns exames no sangue doado, como a  Tipagem sanguínea, sorologia e NAT (teste do ácido nucleico) para hepatite C e HIV (vírus da Aids), sorologia para hepatite B, doença de Chagas, sífilis, e HTLV.

11.   O sangue é separado em hemocomponentes, como concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma fresco. Após a realização dos testes laboratoriais, esses hemocomponentes são enviados aos hospitais para serem usados em pacientes que estão com sangramentos, em tratamento quimioterápico, para cirurgias, transplantes etc. O plasma excedente (que não foi utilizado nos pacientes) também poderá ser encaminhado à indústria de Hemoderivados – HEMOBRÁS, para produção de medicamentos que serão utilizados por pacientes portadores de doenças hemorrágicas.
As normas nacionais e internacionais, como as do Ministério da Saúde, Associação Americana e Conselho Europeu de Bancos de Sangue, são extremamente rígidas no cumprimento dessas normas que visam oferecer segurança e proteção ao receptor e ao doador.

Abaixo estão listados os requisitos básicos e alguns dos principais impedimentos temporários e definitivos para doação de sangue.

Requisitos básicos
» Estar em boas condições de saúde.
» Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos precisam de documentos específicos e formulário de autorização).
» Pesar no mínimo 50kg.
» Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
» Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
» Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

Impedimentos temporários
» Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
» Gravidez
» 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.
» Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
» Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
» Tatuagem nos últimos 12 meses.
» Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
» Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses.

Impedimentos definitivos
» Hepatite após os 11 anos de idade. *
» Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
» Uso de drogas ilícitas injetáveis.
» Malária.

* Hepatite após o 11º aniversário: Recusa Definitiva; Hepatite B ou C após ou antes dos 10 anos: Recusa definitiva; Hepatite por Medicamento: apto após a cura e avaliado clinicamente; Hepatite viral (A): após os 11 anos de idade, se trouxer o exame do diagnóstico da doença, será avaliado pelo médico da triagem.

Respeitar os intervalos para doação
» Homens - 60 dias (máximo de 04 doações nos últimos 12 meses).

» Mulheres - 90 dias (máximo de 03 doações nos últimos 12 meses).

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Novembro Azul

Leslie Aloan, Presidente do INASE

O Novembro Azul é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de novembro dirigida aos homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças masculinas, como o câncer de testículos, depressão masculina, cultivo da saúde do homem, entre outros.  O movimento surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, realizado a 19 de novembro.

Na verdade, novembro azul é mais tradicionalmente dedicado ao diabetes mellitus e a data foi instituída pela Federação Internacional de Diabetes - IDF e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1991, e conta com o reconhecimento e apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que em dezembro de 2006 assinou uma Resolução reconhecendo o diabetes como uma doença crônica e de alto custo mundial. E, no mundo inteiro, ações são desenvolvidas para que o diabetes seja mais divulgado, seus modos de prevenção, diagnóstico precoce e manejos. Em muitos locais do mundo, instituições são iluminadas de azul, caminhadas são propostas, ações em ruas movimentadas, etc.

De acordo com os criadores do Dia Internacional do Homem (19 de Novembro), os homens devem denunciar a discriminação que sofrem em áreas como educação, saúde, família, direito, mídia, entre outras, projetando uma imagem positiva de si mesmos na sociedade e destacando suas contribuições. O Dia Internacional do Homem é celebrado com seminários públicos, atividades escolares, programas de rádio e televisão, passeatas, debates e mostras de arte. Os pioneiros da data querem destacar as experiências masculinas na sociedade.

A data para celebrar o Dia Internacional do Homem foi dia 19 de novembro e foi escolhida no dia 19 de novembro de 1999, em Trinidad, Tobago.


Há também o Agosto Azul, mês dedicado à prevenção das causas gerais de mortes masculinas, incluindo a violência urbana com mortes por armas de fogo e armas brancas, mortes no trânsito, câncer de próstata, etc...

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mudanças do Perfil da Atenção Médica no Brasil e no mundo

Leslie Aloan, Presidente do INASE


Algumas considerações devem ser observadas, já que delas derivam modificações importantes na assistência à saúde em nosso país.
  1.   A expectativa de vida aumentou no mundo e no Brasil
  2. Ocorreu uma redução acentuada da natalidade
  3.  A velhice se prolonga
  4.  As doenças crônicas se acumulam e se modificam
  5. O perfil de internação e mortalidade hospitalar modificou-se
  6. Os recursos são finitos
  7. Todos são iguais perante a lei (cada vez mais se exerce esta prerrogativa)

Em 1988, a Constituição Federal criou o Sistema Único de Saúde. E então se dá a universalidade do atendimento. E a clientela de trinta e oito milhões de brasileiros que contribuíam para a Previdência em 1988, atinge hoje algo em torno de 200 milhões. Em 13 de setembro de 2000 foi promulgada a Emenda Constitucional 29. Em dezembro de 2008 foi abolida a CPMF. As tecnologias diagnósticas e terapêuticas evoluíram. 

O número de leitos não acompanhou a demanda.

No entanto, ainda existe o mito da hospitalização, por vários motivos, como por exemplo:
  1. Está melhor cuidado em um Hospital
  2. Tem muito mais recursos do que em casa
  3. Não tenho tempo para cuidar dele
  4. Não tenho condições financeiras para cuidar dele
  5. O Plano de Saúde cobre ou é obrigação do Estado
  6. Agiliza os exames
  7. Meu amigo conseguiu uma vaga no Hospital (16%)
  8. Se falecer, o Hospital fornece o atestado de óbito

No entanto, com a internação ocorre:
  1. Mudança desfavorável de ambiente
  2. Morbidade hospitalar cada vez maior (1:300)
  3. Idosos necessitam acolhimento, carinho familiar
  4. Custos e benefícios desproporcionais
  5.  Procedimentos de resultados duvidosos em determinado grupo de pacientes
  6. Temas pontuais desfavoráveis à hospitalização: Medicamentos trocados, morbidades como infecção hospitalar, embolia pulmonar, etc., quedas que complicam o fluxo, comitês de segurança necessários, novas tecnologias agressivas

De 1997 a 2007, a população com mais de 80 anos cresceu 65%, enquanto que a população total cresceu apenas 21%.  Em 2025, o Brasil terá a sexta maior população idosa do mundo, segundo projeção do IBGE. De 1940 até hoje, a expectativa de vida no país aumentou em 60% e atualmente é de 74 anos contra 62 na década de 80. Logo, esta população permanecerá idosa por mais tempo, estando suscetível ao surgimento de doenças crônicas. Neste contexto, o home care surge como uma alternativa eficaz.  Faltam leitos para todos.

No Brasil, tiveram início algumas ações:

Em 1988, consta na Constituição Federal, no artigo 229 – “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
             
Em 04/01/1994, surge a lei número 8.842 que passa a ser a política nacional do Idoso, coordenada pela Secretaria do Estado de Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social.
                
Em 07/04/1999, a portaria de número 5.153 – artigo 1° institui o “Programa Nacional de Cuidadores de idosos”, através do Ministério da Previdência e Assistência Social e da Saúde.
Em 1 de outubro de 2003, lei 10.741: Estatuto do Idoso.
Em 2004 a OMS lança a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. 

Eventos adversos
            
O Século XXI é considerado o século do conhecimento. Estima-se que o conhecimento adquirido nos primeiros 50 anos será maior do que o incorporado nos últimos 500 anos.
                 
Em 2008, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelaram que foram realizadas 234 milhões de operações no mundo, uma para cada 25 pessoas vivas.
             
Morreram dois milhões de pacientes nesses procedimentos e cerca de sete milhões apresentaram complicações, sendo que 50% das mesmas foram consideradas evitáveis. Cifras inadmissíveis no Século XXI levaram a OMS e a Universidade Harvard a iniciar uma campanha mundial (Cirurgia Segura Salva Vidas).
                
Foi estabelecida a meta de, até o ano de 2020, reduzir a infecção do sítio cirúrgico em 25%, que implica a elevação da permanência hospitalar em 10 a 15 dias, aumento do risco de re-hospitalização em cinco vezes e de necessidade de Terapia Intensiva (1,6%). Ainda duplica a mortalidade e tem um custo estimado nos Estados Unidos de 10 bilhões de dólares por ano. O Brasil participa desta Força Tarefa, através da ANVISA, OPAS e MS.
            
Cirurgia Segura

  • Objetivo 1: A equipe operará o paciente certo e o local cirúrgico certo
  • Objetivo 2: A equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de anestésicos, enquanto protege o paciente da dor
  • Objetivo 3: A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou de função respiratória que ameacem a vida
  • Objetivo 4: A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de grandes perdas sanguíneas
  • Objetivo 5: A equipe evitará a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica sabidamente de risco ao paciente
  • Objetivo 6: A equipe usará, de maneira sistemática, métodos conhecidos para minimizar o risco de infecção do sítio cirúrgico
  • Objetivo 7: A equipe impedirá a retenção inadvertida de compressas ou instrumentos nas feridas cirúrgicas
  • Objetivo 8: A equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes cirúrgicos
  • Objetivo 9: A equipe se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para a condução segura da operação
  • Objetivo 10: Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina sobre a capacidade, volume e resultados cirúrgicos
            
Os processos de segurança tiveram um grande avanço nos últimos 30 anos. A instalação e o funcionamento das Usinas Nucleares, a NASA após acidentes com vários lançamentos e voos tripulados evoluíram muito na segurança. A prospecção de águas profundas pela Petrobras também detêm expertise reconhecida na segurança.
             
A aviação civil é outro segmento que desenvolveu expressivo aumento da segurança. A mortalidade é de cerca de um passageiro para mais de um milhão. O valor do acaso (p) que em Medicina é de 0,05, em aeronáutica é de 10 elevado a potência 6.
            
No entanto, de cada 300 pacientes admitidos nos Hospitais, um vai a óbito.  Mais de 50% destes pacientes são cirúrgicos e evitáveis.
                
Hemocentros e a Anestesia foram pioneiros na cultura da segurança.
               
 Década de 70: 1 óbito para cada 5.000 anestesias.
              
Ano 2000: a mortalidade é de um paciente para 250.000 anestesias, com a adoção do check list anestésico.
                
Ano 2000 na África Sub-Saariana: 1 óbito para 100 anestesias.
Incidência desses eventos é de 7,6% em hospitais de ensino do Rio, sendo que a maioria das ocorrências poderia ter sido evitada.
Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, França, Inglaterra, Dinamarca, Canadá e Espanha: a incidência de eventos adversos em hospitais variou de 2,9% a 16,6%.
               
No Brasil, 66,7% poderia ter sido prevenido. Este percentual é elevado, se comparado ao de outros países, como França (27,6%), Canadá (37%) e Dinamarca (40,4%). Portanto, a segurança é baixa em nosso país.

Criado o PROQUALIS

Em 1º de dezembro de 2009 comemorou-se o décimo aniversário do relatório internacional sobre erros no cuidado de saúde, iniciando a fase moderna de atenção em saúde. Com padrões de acreditação mais estritos e maiores exigências sobre a notificação de erros, os hospitais passaram a focar mais na segurança do atendimento. Estamos recentemente encontrando o equilíbrio entre a "ausência de culpa" e a responsabilidade na prestação de contas.  Aqui no Brasil o PROQUALIS / MS é a iniciativa emblemática.

Fontes:
Edmundo Ferraz, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, PE,  2012
HEALTH AFFAIRS;29(1): 165-173, 2010.
Patient safety at ten: unmistakable progress, troubling gaps
Walter Mendes, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz. 

http://www.agreecollaboration.org/pdf/agreeinstrumentfinal.pdf.WHO/IER/PSP/2008.08-1E@ Organizacao Mundial da Saude 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Fundo do Mar

Leslie Aloan, Presidente do INASE


           Silêncio profundo. Abissal. Escuridão total. Bactérias esverdeadas por vezes iluminavam alguns pontos. Ouvindo aquele silêncio me enlouquecia a alma e aquela calma de viver me aborrecia a vida.

Bem, eu morava lá. No fundo do mar. Eu era um ser diferente. Adaptava-me rapidamente. O frio era insuportável. Mas qualquer frio a oito mil metros de profundidade é insuportável.

As criaturas de lá me olhavam tristes, sem saber que lá em cima podia ser muito pior.

Eu sou um tipo de molusco amarelo, meio encantado, belo. Assustado, por ser único aqui. Os habitantes deste lugar são muito exóticos, tiveram que se adaptar à profundeza do mar e à escuridão eterna.

Tenho alguns amigos bizarros, como o tamboril, a carambola do mar e a quimera. Nunca vi monstros e nem dragões nestas paragens. Só sei de sua existência pela minha memória genética. Na realidade o meu genoma não foi ainda decifrado, até porque, felizmente, os humanos não sabem da minha existência. Vou me manter incógnito ate quando puder. São sempre um grande perigo as pesquisas humanas. No entanto, a minha cadeia de DNA não deve diferir muito da sua, visto sermos muito parecidos apesar de aparência diferente. 

Sou pequeno, mas a maioria dos seres humanos também o é.  Tenho frio e tenho fome. Tenho ambições de um dia prosperar e ter uma gruta segura só para mim. Acredito no próximo, apesar de estar sempre me dando mal. Afinal estou quase no final da cadeia alimentar.

Acabam aqui as nossas semelhanças, porque eu não pratico a traição. Morro de cabeça erguida para algum animal mais astuto do que eu que, em luta pela vida, me encontrar no seu caminho. Se tiver que matar para sobreviver, o faço. Mas nunca sem motivação de sobrevivência. Nunca participei de uma guerra ou de um golpe financeiro.

Tendo a consciência de que em algum momento vou ser morto por quem não precisa de mim para sobreviver, o ser humano, despeço-me aqui por falta de assunto com vocês.
Até nunca mais.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Uma visão Multidisciplinar

Leslie de Albuquerque Aloan, Presidente do INASE


   A Medicina moderna torna-se cada vez mais interdisciplinar. Na primeira metade do século passado, um mesmo profissional realizava atendimentos clínicos em seu consultório, cirúrgicos na Clínica de sua escolha com os recursos disponíveis da época e também atendia a clientela pediátrica – era o querido médico de família.
  
   O desenvolvimento e a progressiva ampliação das fronteiras do conhecimento na área médica entraram em cena a figura do especialista e isso mudou radicalmente o perfil do médico assistente – estava estabelecido o grande especialista da cidade grande.
  
   Sociedades de especialidades e sub-especialidades se proliferaram por necessidade de difundir o saber que se adquiria de forma exponencial.
    
  Protocolos foram freneticamente desenvolvidos e com a globalização da informação, entrou-se na era da Medicina baseada em evidências. Este aumento e concentração específicos do saber de determinadas áreas médicas reverteu-se em um excelente impacto positivo, mas também, em contrapartida, isolou os grandes especialistas no limite de sua própria área de conhecimento.
  

  Atualmente, um especialista, pelo excesso de informações e tecnologias disponíveis na mesma área de atuação, só consegue dominar bem a sua própria fronteira, limitando o atendimento de excelência ao seu paciente.  Surge a necessidade do desenvolvimento de equipes multidisciplinares, não somente de categorias profissionais, mas de sub-especialistas em uma mesma área.
 
  I
sto nos remete aos primórdios da angioplastia coronária, onde intervencionistas executavam o procedimento em conjunto com a equipe cirúrgica em retaguarda. Entendo que esta foi a primeira interação de interdisciplinaridade das especialidades na Cardiologia.
     
  É a visão de que estas equipes em suas áreas especializadas detêm o conhecimento necessário da Cardiologia Intervencionista, procedimentos de endo-próteses, ecocardiografia, anestesiologia, principalmente pediátricos, psicólogos, fisioterapeutas e outros, necessários para interagirem como equipe em favor da assistência cardiológica plena e ideal. Hoje é a figura do heart team. As especialidades passaram a conversar a melhor conduta para aquele paciente.
  
   Portanto, a mensagem, é da necessidade urgente da formação de equipes multidisciplinares, visto que o domínio das áreas de atuação específicas se esgotou pelo excesso de atribuições ao especialista, e torna-se absolutamente necessário o intercâmbio com outras áreas afins, que no seu limite do conhecimento possam oferecer o tratamento de excelência que nosso paciente exige e merece, não somente na Cardiologia Intervencionista, mas na Medicina do século XXI, que avança.
  
  
Outras áreas estão surgindo: células tronco, integração online em diferentes espaços geográficos, robótica, biogenética, genoma humano e pessoal, bioética, etc...

   Estaremos presenciando nestes próximos anos uma revolução nunca vivida, e daí para diante, inimaginável!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Presidente do Inase lança livro



Sessão de autógrafos da obra ‘Em Nome do Santo’ ocorreu no Cremerj


Presidente do Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase), o médico cardiologista Leslie Aloan lançou o seu livro, Em Nome do Santo, durante a reunião mensal da Academia Brasileira de Médicos Escritores, no auditório do Cremerj. No evento, Dr. Aloan autografou diversos exemplares, além de falar um pouco mais sobre a obra de ficção.



Doutor em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com um currículo extenso na medicina carioca, Leslie Aloan possui como segunda paixão o universo literário. Autor de três livros na área de conto e prosa, Dr. Aloan explica que o gosto pela leitura vem da infância.


“Desde criança meus pais me incentivaram a ler e escrever, nunca perdi esse gosto. É sempre um prazer poder desenvolver um novo livro, desde o conceito até sua divulgação”, afirma o cardiologista.


Após escrever o ensaio Da Vida à Imortalidade, que aborda as teorias criacionista e evolucionista, lançado ano passado durante a XVI Bienal do Livro, Leslie divulga agora Em Nome do Santo, obra que se baseia nos conflitos de dois freis diante dos dogmas da igreja católica.


“Esse livro é especial porque é fruto dos meus questionamentos e pesquisas sobre a Igreja Católica. O leitor inicialmente identifica nesta obra um ensaio, mas ao longo da leitura, percebe que se trata de uma ficção. Isso ocorre porque consegui unir a literatura religiosa à leiga, a fim de tratar um assunto tão complexo de forma suave”, explica Leslie Aloan.



O presidente do Inase pretende dar continuidade à produção literária e já tem mais um título à vista, que reunirá crônicas. “Adoro escrever, estou com alguns projetos em mente. Não pretendo parar tão cedo”, finaliza.