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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Uma Homenagem a Adib Jatene

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Como cardiologista contemporâneo do grande mestre Adib Jatene, vai aqui uma homenagem do INASE àquele que foi para a Cardiologia brasileira um marco e uma referência.  Adib Jatene foi um dos maiores nomes do movimento sanitário brasileiro e um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no Brasil. Jatene foi secretário de Saúde do estado de São Paulo e duas vezes ministro da Saúde, nos períodos de 1992 e 1995-1996. Como ministro da Saúde, deu seguimento ao projeto dos medicamentos genéricos e do programa de combate à AIDS, com o fornecimento do coquetel de remédios gratuitos. Mostrou preocupação permanente em disciplinar e sanear o Sistema Único de Saúde (SUS) e em elaborar o projeto de lei regulamentando a atuação das administradoras de planos de saúde.

Nascido em Xapuri, Acre, Adib Domingos Jatene graduou-se em Medicina em 1953, aos 23 anos, pela Universidade de São Paulo (USP), e cursou pós-graduação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Jatene afirmava que seu projeto, enquanto ministro, era voltado para a prevenção, imunização, saneamento básico e educação sanitária.

Dentre suas inúmeras contribuições à saúde pública, destaca-se a sua participação na criação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), presidido por ele nos anos de 1982 e 1983, e a implementação do trabalho dos agentes comunitários de saúde.

 “A marca do SUS é a prevenção. O programa Saúde da Família é o que existe de mais moderno em prevenção, porque nós fizemos o Programa Saúde da Família baseado no Agente Comunitário. Hoje em dia muita gente pensa que é no médico, não no médico, que mora onde moram mais ou menos 200 famílias. Ele cadastra essas famílias e vê quem tem doenças crônicas, diabetes, tuberculose, hipertensão, as grávidas, a caderneta de vacinação das crianças. Esse é o programa que estruturaria o atendimento básico. Claro que entre 5 a 6 agentes comunitários precisa se colocar uma equipe multidisciplinar (…). Esse é o primeiro problema que está caminhando, nós já temos metade da população brasileira coberta com o programa. Tem problemas porque muitas vezes o programa foi politizado, muitas vezes nos pequenos municípios do interior. Tem dificuldades, mas dá para arrumar...”.


Esse era tipicamente o grande médico e gestor, que na sua tranquilidade geria os sérios problemas da saúde do país, e que no último dia 14 nos deixou. A ele nosso respeito e admiração. 

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