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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Uma visão Multidisciplinar

Leslie de Albuquerque Aloan, Presidente do INASE


   A Medicina moderna torna-se cada vez mais interdisciplinar. Na primeira metade do século passado, um mesmo profissional realizava atendimentos clínicos em seu consultório, cirúrgicos na Clínica de sua escolha com os recursos disponíveis da época e também atendia a clientela pediátrica – era o querido médico de família.
  
   O desenvolvimento e a progressiva ampliação das fronteiras do conhecimento na área médica entraram em cena a figura do especialista e isso mudou radicalmente o perfil do médico assistente – estava estabelecido o grande especialista da cidade grande.
  
   Sociedades de especialidades e sub-especialidades se proliferaram por necessidade de difundir o saber que se adquiria de forma exponencial.
    
  Protocolos foram freneticamente desenvolvidos e com a globalização da informação, entrou-se na era da Medicina baseada em evidências. Este aumento e concentração específicos do saber de determinadas áreas médicas reverteu-se em um excelente impacto positivo, mas também, em contrapartida, isolou os grandes especialistas no limite de sua própria área de conhecimento.
  

  Atualmente, um especialista, pelo excesso de informações e tecnologias disponíveis na mesma área de atuação, só consegue dominar bem a sua própria fronteira, limitando o atendimento de excelência ao seu paciente.  Surge a necessidade do desenvolvimento de equipes multidisciplinares, não somente de categorias profissionais, mas de sub-especialistas em uma mesma área.
 
  I
sto nos remete aos primórdios da angioplastia coronária, onde intervencionistas executavam o procedimento em conjunto com a equipe cirúrgica em retaguarda. Entendo que esta foi a primeira interação de interdisciplinaridade das especialidades na Cardiologia.
     
  É a visão de que estas equipes em suas áreas especializadas detêm o conhecimento necessário da Cardiologia Intervencionista, procedimentos de endo-próteses, ecocardiografia, anestesiologia, principalmente pediátricos, psicólogos, fisioterapeutas e outros, necessários para interagirem como equipe em favor da assistência cardiológica plena e ideal. Hoje é a figura do heart team. As especialidades passaram a conversar a melhor conduta para aquele paciente.
  
   Portanto, a mensagem, é da necessidade urgente da formação de equipes multidisciplinares, visto que o domínio das áreas de atuação específicas se esgotou pelo excesso de atribuições ao especialista, e torna-se absolutamente necessário o intercâmbio com outras áreas afins, que no seu limite do conhecimento possam oferecer o tratamento de excelência que nosso paciente exige e merece, não somente na Cardiologia Intervencionista, mas na Medicina do século XXI, que avança.
  
  
Outras áreas estão surgindo: células tronco, integração online em diferentes espaços geográficos, robótica, biogenética, genoma humano e pessoal, bioética, etc...

   Estaremos presenciando nestes próximos anos uma revolução nunca vivida, e daí para diante, inimaginável!

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