(Fonte: Manual do Sono / Ortobom)
Passamos cerca de um terço de nossa vida dormindo. Dormir bem é essencial não
apenas para ficarmos acordados no dia seguinte, mas para mantermo-nos
saudáveis, com melhor qualidade de vida e até aumento da longevidade.
Os médicos sabem que o processo do sono é regido por um relógio biológico
ajustado num ciclo de 24 horas. Os ponteiros desse mecanismo são moldados
geneticamente e sua sincronia depende de fatores externos como iluminação,
ruídos, odores, hábitos, tipos de colchões, vida social, etc.
Os especialistas acreditam que a principal peça dessa engrenagem é a melatonina
- hormônio produzido no cérebro pela glândula pineal. Ele começa a ser
secretado assim que o sol se põe, como um aviso para o organismo se preparar
para "dormir".
Quando o processo tem início, a temperatura cai de 1 a 2º C e a pressão
arterial também sofre uma leve queda. Daí ao primeiro cochilo é um piscar de
olhos.
Em 1953, descobriu-se a existência de uma fase de sono profundo, justamente
quando sonhamos. A novidade foi batizada de REM (Rapid Eyes Moviment -
Movimento Rápido dos Olhos). Hoje os cientistas já sabem que o sono se divide
em cinco fases, repetidas em ciclos, durante a noite.
Nosso desempenho físico e mental está diretamente ligado a uma boa noite de
sono. O efeito de uma madrugada em claro é semelhante ao de uma embriaguez
leve: a coordenação motora é prejudicada e a capacidade de raciocínio fica
comprometida. Ou seja: sem o merecido descanso, o organismo deixa de cumprir
uma série de tarefas importantíssimas.
Em estudo realizado pela Universidade de Chicago - EUA, onze pessoas com idades
entre 18 e 27 anos foram impedidas de dormir mais de quatro horas durante seis
dias. O efeito foi assustador. No final do período, o funcionamento do
organismo delas era comparável ao de uma pessoa de mais de 60 anos. E os níveis
de insulina eram semelhantes aos dos portadores de diabetes.
Em pesquisas de laboratório, ratos usados como cobaias não aguentaram mais de
dez dias sem dormir. A consequência: morte por infecção generalizada.
Enquanto ficamos na cama, uma espécie de exército de reconstrução atua
recuperando as "baixas" acumuladas no período em que ficamos
acordados. Isso prepara o corpo para a
guerra do dia seguinte.
Durante o sono profundo, as proteínas são sintetizadas em grande escala. Isso
tem o objetivo de manter ou expandir as redes de neurônios ligados à memória e
ao aprendizado.
Nesse processo, o cérebro comanda a produção e a liberação de hormônios, como a
melatonina e o próprio hormônio do crescimento. Este garante ao indivíduo
longevidade com maior jovialidade. Também regula os níveis de outras substâncias
responsáveis pela regeneração de células e cicatrização da pele.
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