Leslie
Aloan, Presidente do INASE
Como médico e Presidente de uma
Instituição que atua na área de saúde, entendo que este pronunciamento contra o tabagismo é de total relevância. Transcrevo aqui a conferência do Dr. Luiz Carlos
Corrêa da Silva, da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
TABAGISMO
– DOENÇA QUE TEM TRATAMENTO
O conceito do tabagismo há mais de duas décadas saiu da antiga concepção de ser um hábito, um charme social, uma forma de encontrar companhia em situações de solidão, ou mesmo uma opção para enfrentamento das demandas do dia a dia. Hoje sabe-se que o tabagismo é doença de dependência da nicotina, concorrendo também outros fatores de natureza psicológica que podem dificultar parar de fumar.
A fumaça de cigarros contém mais
de 4.700 substâncias químicas, sendo 200 destas tóxicas e prejudiciais para a
saúde, e 50 com forte efeito cancerígeno. O setor respiratório é o mais
diretamente atingido, mas as substâncias tóxicas circulam por todo o organismo
vindo a causar danos e doenças. A irritação provocada por estas substâncias
danosas costuma causar um processo inflamatório e alterações celulares em
diversos locais, tendo como consequência mais de cinquenta doenças graves e
fatais, que se constituem nas principais causas de mortalidade humana: cardiovasculares (principalmente infarto do miocárdio), câncer (de pulmão e
outros locais), derrame cerebral, e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC,
mais conhecida como enfisema e bronquite crônica).
O tabagismo causa 6 milhões de
mortes no mundo, anualmente, pelas doenças tabaco-relacionadas (DNCT), sendo
mais de 130 mil destas mortes no Brasil. Isto configura uma verdadeira
epidemia, sem dúvida o maior flagelo da humanidade, que pode ser evitado e
tratado.
O auxílio de médico, especialista
ou não, constitui-se num grande apoio para conseguir parar de fumar, na medida
que se avaliem diversos itens do perfil do paciente. A terapia
cognitivo-comportamental (TCC) é a base do tratamento, sendo sempre da máxima
importância, pois auxilia nos aspectos da dependência psicológica. Medicamentos
ajudam a diminuir a síndrome de abstinência – aquelas sensações e sintomas
desagradáveis causados pela privação da substância nicotina.
Uma mensagem simples e direta
para ficar na memória de todos os fumantes: “se você quiser parar de fumar, vai
conseguir através de um programa baseado nas suas necessidades individuais”.
Procure um pneumologista!
Dr. Luiz
Carlos Corrêa da Silva
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