Apresentamos aqui um artigo de
nosso amigo, Prof. Alcino Lázaro da Silva , de Belo Horizonte – MG, onde o
Exmo. Mestre apresenta a sua visão desta relação - hoje conflituosa.
Alter é o
outro. A alopatia não resolveu e a homeopatia é incapaz frente à neoplasia. A
insatisfação crescente, a não solução dos problemas, o crescimento e a
complexidade de novas doenças e a mudança de comportamento da assistência
médica clamaram por mais recursos. Esses aparecem, pois, com a insatisfação. O
holicismo tem sido reclamado, a ética caminha em busca da ontoética e a doença
tem sido considerada "como um sintoma de um ser humano". Ou seja,
"a doença é uma moléstia não do corpo mas do ser completo". Vendo
crescer as ofertas alternativas à alopatia, curiosamente, fomos anotando os
termos que nos vieram de leituras. Por ordem alfabética, e não agrupadas no seu
objetivo comum, encontramos as que se seguem: Antroposofia (entender o
indivíduo como um todo e não a doença isolada); Argiloterapia (esfoliação do
corpo); Aromoterapia (conectar-se integralmente; uso de plantas e óleos);
Acupuntura – Convencional e Eletro; Banho de Oxigênio Ativo; Bioética e Saúde
Integral; Caliologia; Cartilagem de Tubarão; Cinesiologia: Integração
Físico-Psíquica ("Touch for Health"); Cirurgia Espiritual; Cogumelo
do Sol; Colonterapia; Cristais; Cromoterapia (equilibrar); Cronoterapia
(fenômenos biológicos com o tempo); Cura Prânica (respiração); Cura Quântica;
Dietética; Endermologia GPL (massagem por aparelho a vácuo); Essências Florais
(terapia floral); Fisioterapia; Fitoterapia; Florais de Bach; Fotobiologia e
Fotoproteção; Frenologia (caráter por partes de cérebro); Geoterapia:
Hidroterapia, Trofoterapia (nutrição), Eoloterapia e Helioterapia; Hidroterapia
(Crenologia); Hipniatria (hipniatra prescreve tratamento, em estado hipnótico);
Hipnotismo; Indologia (referente à Índia); Macrobiótica (vegetariano);
Magnetoterapia Radiônica; Mantra (materializa a divindade); Massoterapia (relaxamento);
Medicina Alopática; Medicina Hiperbárica; Medicina Homeopática; Medicina
Ortomolecular (Oligoterapia); Medicina Tradicional Afro-Brasileira; Medicina
Tradicional Budista (Tibetana); Medicina Tradicional Chinesa; Medicina
Tradicional Hindu (Ayurveda); Medicina Tradicional Islâmica; Meditação
Transcendental; Musicoterapia; Nanomedicina (medicina dos chipes); Naturalismo
(visão holística); Neve carbônica (aplicação de nitrogênio); Orações em Grupo;
Orações Individuais; Ortopedia Funcional na Odontologia Sistêmica; Osteopática
(fisioterapia com as mãos); Oxidologia (radicais livres); Posturologia; Prática
Neo-Xamanista; Programa Alternativo de Vivências: Biodança, Bioenergética, Do
In (massagem por pressão dos dedos), Euritmia (Eurritmia-normalidade de ritmo),
Eutonia, Integração Físico-Psíquica, Ioga (ficar de bem; unir), Liangong,
Massagem ("Rolfing"), Shiatsu (aliviar as tensões) e Tai-chi (terapia
física) ou Tai-Chinês (relativo aos tais e aos chineses); Programação
Neurolingüística; Psicologia Jungiana; Psicologia Transpessoal; Psicossomática;
Psicoterapia Esotérica (analítico-fenomenológico existencial); Psicoterapia
Transpessoal; Quelação (remoção de metais); Quirologia (palma da mão):
Quirodiagnóstico, Quirografia, Quirometria, Quiropatia, Quiropraxia e
Quirosofia; Reabilitação Postural; Reflexologia; Reflexoterapia (estímulo nos
pés); Religião e Saúde; Reset (reajustar); Respiração, Ansiedade, Renascimento
("rebirthing"); Retroalimentação; Shiatsu (pressão pelos dedos,
massagens); Talassoterapia (produto marinho); Terapia com Ervas; Terapia
Corporal: watsu (água) e Reiki e Tainá; Terapia Energética Vibracional
(eletromagnética); Terapia Fotodinâmica (fotossensibilizante); Termogênese
(aplicação de calor); Vitaminoterapia e Xamanismo (sistema religioso que
intercede junto aos espíritos).
Diante de tanta oferta, duas
reflexões merecem destaque. A primeira retrata a incapacidade do sistema
alopático em solucionar ou dar um endereço certo ao paciente. A segunda mostra
a incapacidade parcial de resolvermos os problemas que um doente nos apresenta.
Se isto é uma realidade, pergunta-se: um curriculista deve ignorá-la? Todos os
que pensam, trabalham ou elaboram currículos médicos, em nível de graduação,
sabem que a necessidade de um povo é, antes de tudo, de médicos e não de
especialistas, a priori. Oferecido aquele e não havendo a solução faz-se
necessário o bom encaminhamento ao especialista. O currículo deve, pois,
preparar o jovem para o simples, o comum ou o prevalente e dar-lhe boa
orientação de consultoria para que a triagem seja eficaz e não deixe o doente
desnorteado ante o que fazer.
Sendo uma
verdade, não podemos ignorar ou fazer vista grossa àquela realidade que cresce
assustadoramente. O mais preocupante é que o faz por insatisfação do doente e
pela incapacidade parcial da alopatia no seu soberano mister. Cabem-nos, pois,
outras reflexões. A primeira é selecionar o que de bom a medicina alternativa
nos oferece. A segunda é como colocar este contexto no aprendizado para que o
estudante o conheça e adquira espírito crítico para uma seleção positiva em
favor do doente. A terceira é reconhecer, humildemente, que a alternativa está
atendendo mais eficazmente a relação médico-paciente do que a alopatia.
Cabe-nos, pois, recuperar este recurso no atendimento à população, coroando o
uso adequado da tecnologia para que possamos voltar a "ser
respeitados" como médicos ou cirurgiões.
Concluindo: o currículo não pode ignorar a medicina
alternativa. O currículo deve oferecê-la, sob a forma
mais adequada, de acordo com o objetivo da escola. Ao revelá-la, é
indispensável que o seja com uma visão e uma seleção críticas. Não se esquecer
de que não são especialidades médicas. São aspectos somáticos, terapêuticos ou
psíquicos que retratam mais insatisfação do que necessidade indispensável ou
premente. Eles estão tentando recuperar a relação médico-paciente.
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