Leslie A. Aloan,
Presidente do INASE
Linha do Tempo
Macacos 40 milhões a.C.: aparentemente,
os nossos antepassados comiam frutas apodrecidas, que, graças à fermentação
natural, tinham 5% de álcool.
Pré-história -
8000-4000 a.C.:
habitantes
do norte da China inventaram uma bebida
alcoólica feita de arroz. Na Mesopotâmia,
os sumérios criam a cerveja – bem como uma deusa (Ninkasi) para homenageá-la. Ninkasi
significa “aquela que enche a boca“.
Filha de Enki, deus das águas doces,
e de Ninti, deusa dos oceanos, ela
foi uma das oito crianças concebidas pelo casal. Segundo as lendas, Enki e Ninti participaram da criação
humana, usando seu próprio sangue no processo e modelando o homem na argila.
Atribui-se também a Enki a “dica” que
Noé obteve para fugir do dilúvio,
mais precisamente por meio de um sussurro ao pé do seu ouvido. A cerveja é a
bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.
Egito 3400-3100 a.C.: os egípcios
montaram a primeira cervejaria do mundo. Os trabalhadores que construíram as pirâmides de Gizé bebiam todos os dias.
Grécia 700 a.C.: os
gregos passam a beber vinho diluído com água para curar a ressaca.
Império Romano 270 a.C.: os soldados distribuem
vinho para os povoados que encontram, embebedando e massacrando depois estes
povos.
Hunos 446: liderados pelo
temível Átila, invadem territórios
romanos e destroem as vinícolas. A sua bebida preferida é o kumis, feita de leite fermentado com 2%
de álcool.
Islâmicos 620:
a religião restringe o consumo de álcool. No entanto, os cientistas do mundo
islâmico inventaram o alambique, que
é usado até hoje para fazer bebidas destiladas.
Vikings 850: espalham
o terror na Europa, sempre bebendo uma cerveja escura, doce e bem forte, que
tinha aproximadamente 9% de álcool (o dobro da comum).
Monges 1112: a
Ordem dos Cistercianos monta uma
vinícola em Borgonha, na França. Acabam
se transformando eu uma multinacional do vinho, com mais de 250 monastérios.
Mesoamericanos séc. XVI:
os astecas bebem o pulque, bebida produzida com folhas de agave, e só idosos podem tomar. Os incas preferem cerveja de milho, que dão
até para crianças.
Brasileiros séc. XVII: os
senhores de engenho começam a exportar cachaça,
e os negros amotinados em quilombos aprendem a fabricá-la por conta própria.
Holandeses
séc. XVII: inventam o gim,
um destilado de cereais com altíssimo teor alcoólico (mais de 45%). A novidade
gera uma explosão do alcoolismo na Europa.
Africanos séc. XVII_XVIII:
entre 1680 e 1713, senhores tribais trocam 60 mil escravos por bebida alcoólica.
Cada escravo é vendido por aproximadamente 86 litros de rum.
Revolução Industrial
séc. XVIII-XIX:
fabricada
com novas tecnologias e em grande escala, a bebida fica mais barata. A cerveja
é produzida em enormes tonéis, com até 500 mil litros de capacidade.
Depois
disso tudo, alguém sabe por que as bolhas da cerveja parecem desafiar as leis
da física, flutuando para baixo, em vez de para cima?
(Drink: A Cultural History of Alcohol Iain Gately,
Gotham Books, 2008)
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