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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A HISTÓRIA DA BEBIDA ALCOÓLICA NO MUNDO - PARTE II

Leslie A. Aloan, Presidente do INASE

Linha do Tempo

Macacos 40 milhões a.C.: aparentemente, os nossos antepassados comiam frutas apodrecidas, que, graças à fermentação natural, tinham 5% de álcool.

Pré-história - 8000-4000 a.C.: habitantes do norte da China inventaram uma bebida alcoólica feita de arroz. Na Mesopotâmia, os sumérios criam a cerveja – bem como uma deusa (Ninkasi) para homenageá-la. Ninkasi significa “aquela que enche a boca“. Filha de Enki, deus das águas doces, e de Ninti, deusa dos oceanos, ela foi uma das oito crianças concebidas pelo casal. Segundo as lendas, Enki e Ninti participaram da criação humana, usando seu próprio sangue no processo e modelando o homem na argila. Atribui-se também a Enki a “dica” que Noé obteve para fugir do dilúvio, mais precisamente por meio de um sussurro ao pé do seu ouvido. A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.

Egito 3400-3100 a.C.: os egípcios montaram a primeira cervejaria do mundo. Os trabalhadores que construíram as pirâmides de Gizé bebiam todos os dias.

Grécia 700 a.C.: os gregos passam a beber vinho diluído com água para curar a ressaca.

Império Romano 270 a.C.: os soldados distribuem vinho para os povoados que encontram, embebedando e massacrando depois estes povos.

Hunos 446: liderados pelo temível Átila, invadem territórios romanos e destroem as vinícolas. A sua bebida preferida é o kumis, feita de leite fermentado com 2% de álcool.

Islâmicos 620: a religião restringe o consumo de álcool. No entanto, os cientistas do mundo islâmico inventaram o alambique, que é usado até hoje para fazer bebidas destiladas.

Vikings 850: espalham o terror na Europa, sempre bebendo uma cerveja escura, doce e bem forte, que tinha aproximadamente 9% de álcool (o dobro da comum).

Monges 1112: a Ordem dos Cistercianos monta uma vinícola em Borgonha, na França. Acabam se transformando eu uma multinacional do vinho, com mais de 250 monastérios.

Mesoamericanos séc. XVI: os astecas bebem o pulque, bebida produzida com folhas de agave, e só idosos podem tomar. Os incas preferem cerveja de milho, que dão até para crianças.

Brasileiros séc. XVII: os senhores de engenho começam a exportar cachaça, e os negros amotinados em quilombos aprendem a fabricá-la por conta própria.

Holandeses séc. XVII: inventam o gim, um destilado de cereais com altíssimo teor alcoólico (mais de 45%). A novidade gera uma explosão do alcoolismo na Europa.

Africanos séc. XVII_XVIII: entre 1680 e 1713, senhores tribais trocam 60 mil escravos por bebida alcoólica. Cada escravo é vendido por aproximadamente 86 litros de rum.

Revolução Industrial séc. XVIII-XIX: fabricada com novas tecnologias e em grande escala, a bebida fica mais barata. A cerveja é produzida em enormes tonéis, com até 500 mil litros de capacidade.

Depois disso tudo, alguém sabe por que as bolhas da cerveja parecem desafiar as leis da física, flutuando para baixo, em vez de para cima?

(Drink: A Cultural History of Alcohol Iain Gately, Gotham Books, 2008)


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