Leslie
Aloan, Presidente do INASE
Do início do Período Paleolítico
até os dias de hoje foram 600 mil anos. Este tempo foi o suficiente para
ocorrerem perto de 30 mil gerações, já que a expectativa de vida era de 30 anos
à época e à fertilização precoce. As últimas 10 mil gerações já foram
fecundadas pelo Homo sapiens. Comparativamente, em 2012 anos da era cristã as
gerações católicas não passam de 100, baseando-se na expectativa de vida que
avançou de 30 a 77 anos no período. No Brasil,
com 514 anos de existência e uma expectativa média de vida de 55 anos no século
XVIII até os atuais 74 anos, não seríamos mais do que 25 gerações de
brasileiros. Estas grandezas temporais são algo de difícil compreensão, mas
ficam mais entendíveis colocadas desta forma.
Na explosão cósmica que
formou a Terra há 4,6 bilhões de anos atrás, esta viagem luminosa a uma velocidade
perto de 300.000 km/seg teria percorrido uma distância de 94.608 x 18 zeros quilômetros,
ou seja, teria ultrapassado os limites do Universo conhecido pelo menos dois
bilhões de anos atrás. Se existir um observatório em um ponto do Universo três vezes
mais distante dos nossos limites conhecidos, os astrônomos deste espaço
estarão detectando a formação do nosso
planeta neste exato momento.
As mudanças não foram
percebidas por quem as fez. A evolução foi lenta e aconteceu sem memória
documental. Hoje, embora tenuamente, podemos elaborar projeções de futuro e
saber que de alguma forma participaremos delas.
É algo assustador saber
que o homem demorou 29 mil gerações para falar, e em mais apenas 1.000 gerações
desenvolveu a escrita. Precisou de apenas mais 200 gerações para construir o
Império Romano. Em mais oitenta gerações foi a Lua e enviou artefatos a outros
planetas, desenvolveu as células tronco, desvendou o genoma humano e dominou o
ciclo do átomo. Além disso, aumenta a
expectativa de vida em cinco meses a cada ano neste país.
A população do planeta
rompeu a barreira dos sete bilhões de habitantes em primeiro de novembro de
2011. Este fato acompanha revelações interessantes,
talvez alarmantes, divulgados pela IBM: as 10 profissões indispensáveis nos
dias de hoje, nem sequer existiam em 2004. Atualmente os estudantes estão sendo
preparados para utilizar uma tecnologia que ainda não existe. Em 2004 a
quantidade de informação técnica dobrava a cada dois anos e hoje este tempo foi
reduzido para 72 horas.
Em 2020 estará em operação um computador pelo custo de
1.000 dólares, que excederá a capacidade computacional do cérebro humano, e em
2050, de toda a espécie humana.
Fica a reflexão. O que estará acontecendo nas próximas
duas gerações, ou seja, em um futuro próximo, em 150 anos?
A velocidade exponencial do desenvolvimento humano se
mostra imbatível na perspectiva atual. O que irá determinar a desaceleração do
conhecimento? Catástrofes naturais produzidas pelo próprio homem? Epidemias
incontroláveis? Mutações biológicas desfavoráveis? Alterações climáticas
espontâneas? O desequilíbrio do Saber entre a máquina e o Homem?
Não estaremos aqui para
responder, mas suponho que alguém fará isso.
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