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sexta-feira, 13 de março de 2015

A Humanização no Atendimento à Pessoa com Autismo: a que ponto chegamos?

Leslie Aloan, Presidente do INASE

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (2014), cerca de 1 em cada 68 crianças, na idade de 8 anos, foram identificadas como portadoras do denominado grupo de desordens do autismo. Este número, em 2000, era de 1 a cada 150 crianças. Estes dados claramente nos revelam um aumento em 10 anos de mais de 100% da prevalência do autismo nos EUA. Ainda, foi detectado entre 2006 e 2008 que 1 a cada 6 crianças possuíam alguma alteração de comportamento, que podia ser de leve a grave desenvolvimento intelectual, paralisia cerebral e autismo.

Estes dados preocupantes também são verdadeiros entre nós. Estima-se que cerca de 1% da população seja portadora de algum grau de autismo. O estado do Rio de Janeiro tem, atualmente, cerca de 180 mil famílias com pessoas autistas, sendo a maioria delas sem acesso a qualquer tipo de diagnóstico e tratamento para o transtorno.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre esta doença, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos. No Brasil, o Dia Mundial do Autismo é celebrado com palestras e eventos públicos que acontecem por várias cidades brasileiras. O objetivo é o mesmo em todo lugar: ajudar a conscientizar e informar as pessoas sobre o que é o Autismo e como lidar com a doença. Nesta data, vários pontos turísticos do país são iluminados de azul, cor que simboliza o Autismo. O autismo está sendo exponencialmente divulgado. Aparecem cerca de 11 milhões de resultados no procurador Google.

Esta verdade é de conhecimento dos legisladores e do governo do estado, que já que elaboraram duas leis pertinentes, a partir de 2012. A Lei 6169/2012 determina a criação de dez centros regionais de tratamento ao autismo. Seriam espaços com profissionais de diversas áreas (psicologia, psiquiatria, pedagogia, entre outras), que identificariam e tratariam os diferentes níveis de autismo.  Em março de 2014, foi sancionada a Lei 6708, que determina as escolas públicas e particulares a reservarem duas vagas por turma para o aluno autista. A proposta é permitir o acesso de autistas à Educação, além de permitir a melhor inclusão deles à sociedade, com a educação inclusiva.

Portanto, temos leis estaduais homologadas e a sociedade civil organizada pronta para participar ativamente na operacionalização destes projetos. Existem Organizações específicas, que já oferecem o seu saber na matéria, com a capacitação de profissionais, especialmente na área de Educação, para que possam identificar as características do autismo e, assim, encaminhar a criança à instituição especializada para tratamento. Existe o consenso, na importância da identificação e intervenção precoce do autismo, já que isto facilita sobremodo o desenvolvimento favorável da evolução da criança.

O Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (INASE), no próximo dia 14 deste mês de março, esta lançando o Projeto “INASE na Humanização do Atendimento à Pessoa com Autismo”.  O evento ocorrerá com a Palestra do Dr. Caio Abujadi, mestre em psiquiatria da infância e adolescência com especialização em autismo. Será apresentado o Protocolo a ser implantado nos Hospitais de urgência e emergência, iniciando naqueles geridos pelo INASE.

Informações sobre o evento:
Data: 14 de março de 2014, de 10 às 12 h
Local: Auditório do Business Center: Av. das Américas, 3500.

Inscrições pelo telefone: 21. 3268-8638, de segunda a sexta no horário comercial.

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