Leslie Aloan, Presidente do INASE
Dia 8 de março é a data comemorativa do Dia Internacional da
Mulher.
A comemoração começa no início do
século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra
Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na
indústria. No entanto, as condições de trabalho eram frequentemente insalubres
e perigosas. Isso foi motivo de várias manifestações nos anos seguintes, em
várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São
Petersburgo (1913).
O primeiro Dia Internacional da
Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por
iniciativa do Partido Socialista da América. No ano seguinte, ocorreu a
primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhagen, organizada pela
Internacional Socialista. Em 1923, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado
a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca,
Alemanha e Suíça.
Na Rússia, as comemorações do Dia
Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de
março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias
da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a
participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos
que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o
evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam
planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as
operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas
para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de
massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução.”
No Ocidente, o Dia Internacional
da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a
data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na
década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. A data
mantém hoje relevância internacional, e a própria ONU continua a dinamizá-la,
como sucedeu em 2008, com o lançamento de uma campanha, “As Mulheres Fazem a
Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de gênero no tratamento
de notícias na comunicação social mundial.
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