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quinta-feira, 26 de março de 2015

Rio de Janeiro - 450 ANOS

Leslie Aloan

A Cidade do Rio de Janeiro é mais do que uma cidade. É um emblema da história antiga do Brasil, documentada a partir de 1565.  Situa-se entre as cidades internacionais que colorem o mundo com o seu charme. Construída através das manifestações de culturas diversas, protagonizou a felicidade do carioca.

Este artigo, não fala como a vila prosperou, mas como foi construída. A narrativa termina quando foi fundada. Tenta homenagear aqueles que proporcionaram a fundação daquela que viria a ser a Cidade Maravilhosa.

De acordo com BUENO (São Paulo. Ática. 2003) por volta do ano 1000, o rei chamado Thárcyo ocupava parte do atual litoral brasileiro, incluindo o território da atual cidade do Rio de Janeiro. Invadida por povos tupis procedentes da Amazônia, os habitantes anteriores do litoral, chamados de tapuias pelos tupis, são expulsos para o interior do continente. No início do século XVI, o território do Rio de Janeiro era ocupado na sua maior parte pela tribo tupi dos tupinambás, também chamados tamoios. Uma das inúmeras aldeias tupinambás no território da atual cidade do Rio de Janeiro era a aldeia carioca, cujo nome viria a se tornar, posteriormente, o gentílico da cidade. A partir do início do século XVI, estes índios passam a conviver com os exploradores europeus.

Em 1o. de janeiro de 1502, chega ao Brasil a primeira expedição após a ocupação de Cabral, sob o comando do Gaspar Lemos. Chegaram ao que lhes parecia a foz de um grande rio, e o denominaram Rio de Janeiro, ao que é na realidade, a entrada da barra da baía de Guanabara.

Em 1503, Gonçalo Coelho comanda a segunda expedição. Esta tinha como meta avaliar com mais exatidão os recursos naturais da nova terra. Ergueram em Cabo Frio uma feitoria destinada a embarcar o pau-brasil, árvore abundante na região.

Em 1511, são embarcados de Cabo Frio para Portugal, além do pau-brasil, alguns índios e animais como papagaios e macacos.

Em 1519 aporta no Rio de Janeiro o navegador português a serviço da Espanha, Fernão de Magalhães, que iria efetuar a primeira volta ao mundo, partindo do Ocidente para o Oriente.

Em 1531, em abril, desembarca no Rio de Janeiro Martim Afonso de Souza comandando frota de 5 navios para iniciar efetivamente a colonização. Permanece 3 meses, improvisa uma ferraria para conserto de embarcações e constrói 2 bergantins de 15 bancos para uso dos colonos. Eram pequenas embarcações do tipo da galé. Levava trinta remos e era utilizado como elemento de ligação, exploração, e auxiliar de armadas ou em outros serviços do gênero. Navios franceses, espanhóis, ingleses e de outras nacionalidades passam a explorar o litoral em busca de riquezas, principalmente o pau-brasil que comercializavam com os índios.

Passados trinta anos, em 1532, o Governo português, preocupado com as invasões, o Rei D.João III decide colonizar definitivamente o País dividindo-o em 15 Capitanias Hereditárias, para 12 fidalgos cuja obrigação principal era ocupar e desenvolver a agricultura em suas terras, defendendo-se dos ataques dos índios e dos contrabandistas. O território hoje ocupado pelo Rio de Janeiro ficou pertencendo aos donatários da Capitania de S.Vicente, doada em 1534 a Martim Afonso de Souza, e a de S.Tomé, doada em 1536 a Pero Góis da Silveira, vizinha do Espírito Santo. O donatário de S.Tomé fundou a Vila Rainha, perto do Rio Itabapoana desenvolvendo a lavoura canavieira, mas esta foi constantemente atacada pelos índios Goitacazes, provocando a fuga dos colonos para o hoje Espírito Santo. A capitania de S.Vicente foi povoada apenas na parte sul do quinhão que lhe coube e se desenvolveu em torno do porto de S.Vicente, hoje São Paulo. Martim Afonso de Souza concedeu algumas sesmarias na região de Parati e Angra dos Reis em 1556.

Não tendo a colonização através das Capitanias Hereditárias dado bons resultados, e com o permanente assédio dos franceses sobre os índios para comercializar o pau-brasil, em 1548 resolve o Rei de Portugal criar um governo geral destinado a auxiliar os donatários especialmente na luta contra os índios, que não paravam de atacar vilas e engenhos, destruindo as plantações dos colonos. É nomeado o fidalgo português Tomé de Souza, o primeiro Governador Geral do Brasil. Desembarcou na Baía de Todos os Santos em 1549, fundando a cidade de Salvador, nossa primeira capital. Passados apenas três anos, Tomé de Souza comunica ao rei de Portugal que na baía de Guanabara nada havia e o litoral fluminense encontrava-se praticamente despovoado e ali se deveria fazer "uma povoação honrada e boa", pois era ponto preferido pelos franceses.

Ao final do segundo Governo Geral, comandado por D.Duarte da Costa (1553-1558), uma expedição francesa de 100 homens, comandada pelo Vice-Almirante Villegagnon, instala-se nas ilhotas a entrada da baía de Guanabara. Foi construído o forte de Coligny na ilha onde se situa hoje a Escola Naval e foi então fundada a França Antártica, recebendo logo depois o reforço de 300 colonos calvinistas.

Diante deste fato, o terceiro Governador Geral, Mem de Sá, recebe ordens expressas do Rei  para expulsar os franceses. Após vários combates, consegue derrotar os franceses, inutilizando suas fortificações. Muitos franceses escaparam para as matas com o auxílio dos Tamoios.

Finalmente 1565, chega de Portugal o Capitão Mor Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, à frente de nova expedição. Tinha a missão de fundar uma cidade mantendo a posse da terra pelos portugueses.


Em 1o. de março, ocorre a fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, na várzea existente entre os Morros do Pão de Açúcar e Morro Cara de Cão. Assim começa uma outra história da Cidade, para ser contada em outro momento. Isto correu há 450 anos atrás. 

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